Bauru e grande região - Sexta-feira, 04 de outubro de 2024
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04/01/01 00:00 -

Mais desemprego e recessão

Mais desemprego e recessão

N. Serra
O novo salário mínimo de R$ 180,00, sem dúvida insignificante, a entrar em vigor em 1 de abril - não é mentira - do ano que começa a correr, mas já está aprovado pelo Congresso Nacional no contexto da política salarial do Governo, não foi do agrado da imensa massa de assalariados dispersa pelo nosso território e, também, não foi saudado pelo enorme universo de pequenas empresas, notadamente das regiões mais pobres, nas quais a maioria dos salários repousa exatamente no mínimo e que, por isso, com base no novo índice, terão aumentadas as suas folhas de pagamento, fazendo crescer tambem a sua pobreza. Quem, igualmente, não está atirando confetes em cima da decisão dos parlamentares são as pequenas prefeituras, especialmente do Nordeste, as quais, como as empresas, tocam os seus serviços com trabalhadores remunerados pelo menor salário permitido e terão de fazer reajustes quer sua capacidade permita ou não. Como aumentar a despesa se a receita não aumenta, ou seja, não segue o mesmo diapasão? Então, já há por aí prefeituras tremendo nas bases... E vão ter que rezar direitinho para que o terço não lhes caia das nãos... Diante do quadro, as previsões não são muito animadoras para a economia no contexto trabalhista, pois elas não descartam a possibilidade de a aplicação do novo índice, ainda que pobre, vir a provocar dispensa em massa e até mesmo quebra de milhares de empresas em todos o País, fenômeno que terá como conseqüência imediata uma penosa arrancada da recessão em todos os setores da economia. A conclusão é de que a aprovação da lei parece não ter trazido o que era desejável: a felicidade geral da Nação. E as oposições parlamentares, responsáveis diretas pela aprovação, talvez não venham a colher, no próximo pleito, os frutos visados por uns, reeleição, e por outros, eleição, para as cadeiras desejadas, ao mesmo tempo em que não trará aos assalariados remuneração condizente para que possam enfrentar o custo cada vez mais elevado de sua alimentação e de seus bens de consumo em geral, e, ainda assim, danosa à economia das empresas e das prefeituras pouco rentáveis. A de Bauru, por exemplo, ainda que já venha remunerando acima do mínimo, poderá vir a encontrar dificuldades de caixa para acudir à nova situação. Ninguém quer mais desemprego em seus costados, nem, também, os castigos da recessão. E nós, também, não queremos... É a nossa opinião, perfilhada por muita gente! (O autor, N. Serra, é jornalista responsável do JC e delegado regional da Associação Paulista de Imprensa e da Ordem dos Velhos Jornalistas do Estado)




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