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Em Confiança

Em Confiança

Leonardo de Brito
BOA, GAROTINHO

O que seria uma grande festa, com a definição do campeão brasileiro de futebol de 2000, virou um pesadelo. Na minha opinião, Vasco e São Caetano precisam se enfrentar novamente, no Maracanã, por exemplo. Como houve menos de 60% do tempo normal, deve ser marcado outro jogo. Pelo menos é o que diz a International Board. A menos que o regulamento da Copa João Havelange estabeleça outro critério. De outro lado, ouvi atentamente as palavras de Antony Garotinho, na Rádio Globo/Rio. O governador do Estado do Rio de Janeiro declarou que não havia mais a mínima condição de o jogo ser reiniciado, após a queda de parte do alambrado do Estádio de São Januário. Ele afirmou que antes de ordenar ao secretário de Segurança, Josias Quental, que solicitasse o fim do jogo, foi verificado que não existia segurança para os torcedores. Claro. Além do perigo, não havia clima entre jogadores e torcedores para o jogo continuar. Lamentável as palavras de Eurico Miranda, pois a atitude tomada pelo governador foi pensando nas vidas dos torcedores, porque poderia acontecer uma grande tragédia. O Vasco foi responsável pela marcação da final da Copa João Havelange para São Januário. A diretoria teve a responsabilidade de vender ingressos em excesso, provocando a superlotação. A final não foi no Maracanã porque o Vasco não quis.

SEM EDUCAÇÃO

Ao saber que Anthony Garotinho havia emitido uma ordem para que o jogo não fosse reiniciado, Eurico Miranda - bom para o Vasco, mas um cancro para o futebol do País - reagiu de forma agressiva, dizendo que o governador é frouxo e incompetente. Cartola sem educação.

SEM PERSONALIDADE

Oscar Roberto Godói poderia se consagrar se tivesse peito, personalidade, suspendendo o jogo logo quando o alambrado ruiu, e não depois do veto da PM, que recebeu a ordem do governador. A autoridade máxima num jogo é o árbitro. Não é a Polícia Militar - nem a Civil - que decide pela realização ou não, suspensão ou não de uma partida. A autoridade policial apenas aconselha e informa se há condições de segurança ou não. Durante a paralisação de uma hora e 15 minutos, Godói andou dando declarações de que o jogo seria reiniciado se recebesse o sinal verde da chefia do policiamento em São Januário.

CAMPEÕES DE 2000

O Campeonato Sergipano está sub judice. Confiança e Sergipe estão brigando na Justiça. Em todos os demais Estados, houve decisão. Em alguns, surpresas, como o ASA (Associação Sportiva Arapiraca), que conquistou o título alagoano. Eis os demais campeões: Independência (Acre), Santos (Amapá), Nacional (Amazonas), Vitória (Bahia), Fortaleza (Ceará), Gama (Distrito Federal), Serra (Espírito Santo), Goiás (Goiás), Moto Clube (Maranhão), Juventude (Mato Grosso), Comercial de Campo Grande (Mato Grosso do Sul), Atlético-MG (Minas Gerais), Paysandu (Pará), Atlético-PR (Paraná), Treze (Paraíba), Sport Recife (Pernambuco), River (Piauí), Flamengo (Rio de Janeiro), ABC (Rio Grande do Norte), Caxias (Rio Grande do Sul), Guajará (Rondônia), Rio Negro (Roraima), Joinville (Santa Catarina), São Paulo (São Paulo), Palmas (Tocantins).

INFERNO ASTRAL

Sem dúvida nenhuma, Wanderley Luxemburgo terá bons motivos para tentar se esquecer de 2000, ano que ele perdeu o cargo de técnico da Seleção Brasileira, começou a ser investigado pelas CPIs da Câmara e do Senado - que apuram supostas irregularidades no futebol brasileiro - e teve que se defender das acusações de sonegação de impostos, falsidade ideológica e participação em negociatas envolvendo a compra e venda de jogadores. Os problemas do treinador começaram em junho, quando o empate em 1 a 1 com o Uruguai, no Maracanã, fez com que o trabalho de Luxa na Seleção começasse a ser questionado. Depois, a equipe nacional continou pisando na bola nas Eliminatórias. Mas o inferno astral de Luxemburgo começou a tomar um novo e decisivo rumo a partir de agosto, quando um jornal do Rio descobriu o nome de Renata Alves no processo de sonegação fiscal movido pela Receita Federal contra o treinador. Uma repórter deste jornal descobriu Renata, que passou a se tornar uma personagem central no escândalo. Neste novo ano, novo milênio, Wanderley Luxemburgo terá muito trabalho para convencer os senadores da sua inocência. O depoimento de novembro deixou uma péssima impressão. Ele também foi convocado para depor, em janeiro, na CPI da Câmara.

VIDA NOVA

Também sem dúvida nenhuma, 2000 foi o pior dos últimos anos para a Seleção Brasileira, que acumulou muito mais fracassos do que glórias. Foi humilhada em terras estrangeiras, decepcionou seus torcedores atuando em gramados que tinha a obrigação de brilhar, como o Maracanã e o Morumbi, viu seu treinador ser demitido em meio a várias denúncias de corrupção, viajou para Sidney com a obrigação de trazer o ouro mas voltou ao País com as mãos vazias e até seu principal patrocinador está sendo investigado. Com um ano 2000 repleto de resultados negativos, a grande missão da dupla Lopes-Leão para 2001 será resgatar a credibilidade do futebol do País. Para isso, o novo técnico da Seleção Brasileira promete um futebol que ele qualificou de bailarino. Émerson Leão pretende fazer com que o Brasil volte a jogar de forma ofensiva, juntando a preocupação do resultado com o desejo de dar espetáculo. Oportunidades para Leão mostrar a sua nova filosofia de trabalho não faltarão. Ainda restam oito jogos pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002. O Brasil terá que usar o fator campo para derrotar Peru, Paraguai, Chile e Venezuela. Mas a Seleção também pegará verdadeiras pedreiras fora de casa, como Equador, Uruguai, Argentina e a Bolívia, na altitude de La Paz.




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