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21/04/19 07:00 - Opini�o

O cidad�o comum

Jo�o Pedro Feza

O cidadão comum vai trabalhar com aquela mesma camiseta da semana passada (só muda o dia de uso) e a calça jeans desbotada (que fica linda mesmo numa canção do Roberto). Alguns dos brasileiros reais acordam às 6h, mas muitos pulam da cama ainda às 5h30, 5h15. E dá-lhe trajeto demorado até o trabalho. Não mais só em grandes cidades.

Uma vez lá, nem sempre o sonho do início de carreira se concretiza. Basta ver as dificuldades dos professores - como, aliás, demonstra matéria especial de hoje, assinada por Marcele Tonelli, nas páginas 4 e 5. É possível não se indignar diante de um cenário em que educadores são agredidos?

É, o cidadão comum (que somos, enfim, quase todos nós) precisa ser meio super-herói. Porque, como também informa reportagem econômica do JC desta domingo, a maioria dos brasileiros sequer tem reserva para emergências. Isso também é uma forma de agressão.

A bem da verdade, o cidadão comum/herói vive um corriqueiro cotidiano de emergências. E, depois de um dia cheio de compromissos (ou em seus ralos intervalos), ainda se vê obrigado a constatar que, na outra ponta, seus conterrâneos do privilégio diário seguem intocáveis e abastados. Providos de tudo para uma alegria retumbante, duradoura e "hereditária".

A classe dos comuns requenta comida, negocia dívidas, viaja pouco, passa raiva, vê quase nada de luz no fim do túnel (que, aliás, cidadãos comuns construíram). É constatação, mas discordo de perder a esperança e senso de gratidão. Senão, abriremos mão de parte relevante da nossa condição humana. Frágil, mas adorável.

Por outro lado, algumas de nossas poderosas autoridades, de ternos e togas, agem mesmo em benefício do tal cidadão de camiseta e jeans? Acorda, Brasília, e nem precisa ser às 5h30. Um bom começo sempre será apenas isso: acordar.

 





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