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26/04/18 07:00 - Opini�o

Economia brasileira: os gargalos n�o podem ser esquecidos

Reinaldo Cafeo

É fato que o governo Temer vive o que podemos denominar "fim de feira", contudo, a sociedade brasileira não pode perder de vista o equacionamento dos gargalos na economia brasileira, os quais, uma vez equacionados, permitirão crescimento econômico sustentável.

O ambiente político no tocante à sucessão presidencial ainda é de sondagem. Passa a impressão que estão na fase da "tentativa e erro". Uma pesquisa aqui, outro cenário ali, uma pequena oscilação acolá, com reações dentro do figurino, mas com um detalhe: cenário político agravado pelas denúncias de corrupção que não para de ocupar o noticiário diário.

Não obstante este compasso de espera, penso que passou da hora de os grandes temas serem colocados na pauta. A ascensão ou não de determinado candidato, levando em conta somente seu carisma ou capacidade de atrair votos, é muito pouco.

É preciso pautar temas como, por exemplo, o ajuste fiscal. Quem entende o elementar de economia é sabedor que um Estado gastador, que gere déficit fiscal, leva o País a uma verdadeira aventura. Algumas perguntas precisam ser respondidas, tais como: iremos além da vala comum em aumentar a arrecadação tributária? Ocorrerão reformas, quais serão e em que magnitude? O tamanho do Estado brasileiro será revisto? Enfim, queremos saber como serão gerenciados a arrecadação, os gastos e a preservação do patrimônio público.

Respondendo aos questionamentos da condução da política fiscal, outros temas deverão ser trabalhados. No curto prazo, a capacidade ociosa do País não exigirá investimentos em infraestrutura, contudo, com a retomada do crescimento econômico, que virá mais cedo ou mais tarde, aportes financeiros na direção da sustentação do crescimento deverão ser efetuados. Novamente surgem questionamentos importantes: os investimentos serão em parceria com a iniciativa privada? Serão canalizados recursos para energia, comunicação, transporte, armazenamento da produção e incentivo a oferta de produtos? O Brasil finalmente terá um programa de substituição de importação? Será ampliado o investimento em ciência e tecnologia? A questão educacional deixará de ser avaliada pelo quantitativo e passará a ser avaliada pela qualidade de ensino? E a segurança pública, como ficará? A saúde continuará no caos atual?

Observem que são questões básicas de qualquer Nação, entretanto, aqui no Brasil são tratadas marginalmente, com evidente desperdício de tempo e dinheiro. A sociedade anseia por um País com menos burocracia, com segurança jurídica, com um Judiciário mais célere em seus processos e, acima de tudo, que tenhamos regras claras e duradouras. Não é preciso reinventar a roda, basta seguir exemplos de outros países que investiram na direção certa.

O noticiário atual está cansativo e passou da hora de uma pauta mais propositiva. Em ano de eleição não podemos nos deixar levar pelos oportunistas de plantão que ganham espaço em momentos de crise, se colocando como salvadores da pátria, e passarmos a exigir um debate mais profundo o qual demonstre claramente como cada candidato irá equacionar os gargalos da economia brasileira.

Redobremos nossa atenção e exijamos mais daqueles que se dispõe a comandar o Brasil.

O autor é economista, articulista do JC. Está no Youtube através do canal Planeta Economia.





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