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14/12/17 07:00 - Opini�o

Controle inflacion�rio: grande trunfo

Reinaldo Cafeo

É fato que os indicadores econômicos apontam que a economia brasileira vem melhorando.Também é fato que a velocidade da recuperação econômica não é a esperada por todos e que o Brasil terá que trilhar um longo caminho até voltar a operar aos níveis de antes do período recessivo, mas é inegável que o controle inflacionário pode ser considerado o grande trunfo do atual governo.

As estratégias da equipe econômica, notadamente dos dirigentes do Banco Central brasileiro, atingiram seus objetivos. Tudo aponta para que o IPCA, inflação oficial brasileira, fique este ano abaixo de 3%. Lembrando que o centro da meta é de 4,5% ao ano, portanto, o patamar atual está abaixo do projetado.

Ocorreu uma combinação de fatores que permitiram controlar a alta de preços. De um lado tivemos a queda e estabilização do preço das commodities alimentícias. O grupo alimentação pesa mais de 20% sobre total da inflação, assim sendo, este grupo ajudou a puxar o índice para baixo.

De outro lado, a recessão retirou renda das famílias, que diminuíram o consumo, elevando os estoques, forçando a queda de preços. E ainda a forte atuação do Banco Central monitorando os juros, equalizando-os à medida que os objetivos do controle inflacionário eram alcançados.

Um importante fato a considerar é que inflação baixa este ano permite projetar inflação baixa para o ano que vem. É que boa parte dos preços da economia são "indexados", isto é, os reajustes futuros são baseados na inflação passada. Menor inflação passada, menor reajuste de preços no futuro.

Alguns exemplos que menor impacto nos preços o ano que vem: reajuste salarial (que normalmente são repassados aos preços); preço dos aluguéis; preços das tarifas públicas; entre outros.

Devemos considerar que a retomada do crescimento da economia, em curso (este ano na casa dos 0,8% e o ano que vem acima de 2%), trará consigo a tentativa de recuperação de margens de lucro por parte das empresas, e com ela pressão sobre alguns preços, mas este movimento dificilmente elevará a inflação brasileira para além da meta central, ficando, portanto, abaixo dos 4%.

O resultado disso tudo é que os mais pobres, que concentram seus gastos em alimentos básicos para sobreviverem, não perderam poder aquisitivo e, mesmo sem recuperarem totalmente a renda, não estão sendo penalizados com altas sucessivas de preços.

Preços em alta sempre afetam os mais pobres, retiram da sociedade senso de planejamento e gera mais desigualdades sociais. O sentido contrário é verdadeiro.

Temos um longo caminho a ser trilhado. O imperativo o ajuste fiscal. Não atacamos os grandes gargalos, e teremos em 2018 eleições presidenciais que podem afetar o desempenho econômico, mas uma coisa deve ser comemorada: inflação de novo está sob controle e isso é um grande trunfo do atual governo.

O autor economista e articulista do JC.





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